quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Saudade
Do Manoel Elias
Do Rubem Berta/Protásio
Do Passo/Dornelles
De passar pela roleta
Do sofá marrom gigantesco da minha sala de TV
Das tulipas de madeira bregas e empoeiradas da janela da minha cozinha
Do meu banheiro rosa que eu escolhi com sete anos
Da parede amarelo-ovo do meu quarto
Do meu armário triangular
Dos meus amigos incríveis
De esperar na fila do sushi do 40
De passar a tarde na casa da yasmine falando sobre o presente que sempre volta ao passado
Do brownie da famecos
Do Milk shake do Bob’s e do seu canudo constrangedor
Do vento no cabelo molhado ao passar pela passarela às 7h45
Das conversas no carro com o meu pai de manhã
Das conversar no carro com a minha mãe de tardezinha
Da comida da minha mãe, do meu pai e do meu vô
Da comida da Vera. Sim, eu repito: da comida da Vera
Do SAMIIIIIIIIIR
Da CÍNTHIAAAAAA
Das fofocas no saguão
Do Iguatemi. É. foda-se, do Iguatemi.
De uva!! Que aqui custa como ouro.
Mas principalmente do que deixei de fazer em Porto Alegre. Do que eu não fiz.
Porto Alegre, óculos escuros do MSN pra ti!
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
em Porto Alegre dia 18
Do caralho essa UTI de pensamentos chamada intercâmbio. Tão do caralho que estou pensando em voltar em fevereiro para Porto Alegre. Para tentar dar os meus primeiros passos sozinha e ver aonde eu chego.
Ah, sim, e para rever a minha terapeuta.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
all by myseeeeelf, iá iá
e o pânico vai tomando conta desse corpitcho.
as amizades voltam às suas cidades natais e
está na hora de fazer a to do list das férias e
descobrir se é possível ser feliz em Buenos Aires ALONE.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
sim
estou ouvindo um cazuza agora, lacrimejando um pouco. pensando que já que Papai Noel não existe, eu deveria escrever uma cartinha era para a minha psiquiatra mesmo. e dizer que tudo aquilo que a gente discutia naquele consultório roxo era, sim, verdade. e que a vida pode, sim, ser muito boa. e que, livros de auto-ajuda à parte, se pode, sim, ter tudo que se quer.
andando nessas ruas largas de metrópole, eu me vejo crescer a cada dia em buenos aires. essa cidade que é, sim, do caralho. e eu sou (sim!) do caralho. porque, sabe como é, depois de tanta terapia, a gente descobre que não se precisa ser modesta o tempo todo.
antes que você venha com um sorriso espertinho, eu já digo que tem cara nessa história sim. já aviso que a minha felicidade não se resume aí. mas ele dá, sim, um toque especial.
e não me venha com papinho feminista setentista. que eu nunca tive muito peito e o sutiã sempre me fez bem.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Dicas & Sobrevivência em Buenos Aires
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
la razón
Mas a questão é que (e isso só meu dei conta aqui e não acho que seja possível perceber-lo sem provar uma experiência dessas) quando se passa por algo tão maravilhosamente novo e tão absurdamente enriquecedor, a necessidade de transmitir isso aos outros se perde. Ou pelo menos para mim se perdeu.
De certa forma, eu escrevi muitos textos. Frases desordenadas que ocuparam meu cérebro como pensamentos sem fim. Só que eles não viraram letras numa folha nem código binário na tela do meu computador. Esse intercâmbio é um longo e complexo texto para mim. De mim, para mim.
sábado, 26 de julho de 2008
no fundo do mar
terça-feira, 10 de junho de 2008
Caminhando na prancha
miguel!
liza diz:
sexta tu vai tá na puc de tarde?
liza diz:
eu tenho uns livros da aline q eu quero devolver antes de ir embora.
embora.
eu vou embora.
EMBORA.
em-bo-ra.
E-M-B-O-R-A.
embora!!
putaquipariu. eu vou embora. embora de porto alegre. embora da famecos. embora das aulas de francês. e das de ginástica. e das sessões de terapia. eu vou embora da possibilidade de encontrar os meus amigos todos os dias do ano. de morar com os meus pais (o que pode parecer bom, mas na prática dá um medinho. aliás, um medão).
eu nunca me joguei voluntariamente em alto-mar assim. passei uns dias sozinha num congresso no interior do estado, duas semanas no Uruguai na casa de amigos da família. mas eu sempre tinha uma boínha, um colete salva-vidas, um apito à la Kate do Titanic. na verdade, esse oceano de possibilidades era (aliás, ainda é) o instigante nessa história toda.
porém, quando você se depara com o fato de ir por livre e espontânea vontade ao encontro dos tubarões, um frio na barriga lhe pega de supresa. ou pelo menos me pegou de supresa. Porque eu sempre (sempre meaning desde os meus 11 anos) quis viajar, estudar fora, conhecer gente dos quatro cantos do planeta; logo, ir embora (e a maledeta aparece de novo) seria natural. faria parte da minha 'evolução' como pessoa e seria sufucientemente bom para fazer do meu presente algo descartável. eu substituiria o presente por um futuro enriquecedor.
'essa viagem mudou a minha vida', era o que dizia no power point projetado no primeiro encontro dos intercambistas da pucrs. po, mudou? tipo, totalmente? mas e se eu gosto da minha vida do jeito que ela é?
ok que a vida é feita de vicissitudes. mas grandes mudanças são bastante assustadoras. a outra grande revira-volta que presenciei nesses 19 anos foi justamente quando me dei conta da existência dessas transformações. quando percebi que nada era para sempre e que tudo (e todos) mudam. foi um choque. me supreendeu de tal forma que por uns dois meses (que pareceram décadas) fui tomada por uma ausência de felicidade. e então, do pior momento da minha existência, surgiu o melhor. eu construí o período que eu vivo hoje. e é desse que eu não queria ir embora.
esse embora me persegue.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
A próxima participante da Dança dos Famosos
- Ali Liza, ALI! Olha ela ali.
Mallu já esteve em Porto Alegre, porém eu é que não estava na capital gaúcha, tinha ido a um casamento em Santa Maria. Mas, beneficiada pelo acaso, fui para São Paulo bem no final-de-semana em que a cantora faria um show gratuito na cidade. Era a Virada Cultural, 24h de programação intensa na maior metrópole da América do Sul. Entre as 18h de sábado e as 18h de domingo (26 e 27 de abril), você poderia encontrar filmes, shows e muito mais em SP, tudo grátis. E num jornal dando bobeira no banco de trás taxi, eu li que às 11h do outro dia tinha show da Mallu Magalhães.
Não era exaaaatamente da Mallu Magalhães. Era uma apresentação do Projeto Overcoming Trio, que também inclui Helio Flanders (da Vanguart) e Zé Mazzei (da Forgotten Boys). Logo, os hits de Mallu (Tchubaruba já foi tocada mais de 190 mil vezes no espaço dela) não eram o foco do show, fato bastante lembrado pela platéia (de vez em quando, alguém berrava 'CANTA UMA SUAAAA'). Durante as canções, ainda era possível escutar 'lindaaaa', o que dava um ar pedófilo para a ocasião. 'Linda' é coisa para mulherão. Mallu é muito bonitinha, uma menininha sem bundinha e sem peitinho com uma vozinha muito fofinha.
Uma atração à parte que dispensa comentários:
sexta-feira, 11 de abril de 2008
E depois dizem q é o brasileiro que tem a ginga
essa é o novo estilo de dançar francês. Dos jovens, é claro.
Ele se chama Tecktonik.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Pior que o Faustão, só os reclames do plim-plim
Não há nada mais insosso e murrinha que os trinta segundos reservados aos cremes dentais. A publicidade expõe a sua decadência de duas formas. Ou ela seleciona os atores com as caras mais idiotas – homens, mulheres, crianças... sem preconceitos, quanto mais idiota melhor – e faz deles protagonistas dos benefícios do tal produto. Ou ainda o comercial apresenta um dentista que tem meio minuto de fama para afirmar qual é a pasta dental que ele recomenda. Os próprios dentistas, coitados, ainda se contradizem em cada campanha: um diz que a melhor é a fresh, o próximo afirma que só recomenda a whitening, o outro fala que apenas a Total 12 protege os seus dentes como eles merecem e como suas gengivas necessitam. E eu, que quero uma boca fresh whitening com proteção durante 12 horas, fico sem saber o que comprar.
O publicitário consegue fazer aqueles comerciais de perfume subjetivos, etéreos... e esquecem do produto que eu sou obrigada a consumir todos os dias. Sou obrigada a ser conivente com esse vazio de criatividade, já que tenho que usar alguma pasta de dente diariamente. Por que nenhum publicitário descolado ainda não revolucionou os comerciais de creme dental?
Mesmo estudando jornalismo, um dia hei de produzir o seguinte comercial: uma mulher nua aparece nadando, envolvida por milhares de folhas de menta. Ela sai da piscina. O telespectador agora só a vê de costas, andando até um homem lindo. Eles se beijam, e muda de cena. Aparece a pasta de dente e uma narradora sussurra ao fundo: Miiiiint.
Bah, ficarei milionária.
sexta-feira, 21 de março de 2008
Agora sou sopeira
Manhattan virou mocinha
Hoje, o mundo financeiro vem pela voz de Ricardo Amorim, e a cultura da ainda capital do planeta é exposta por Lúcia Guimarães (presente desde 93 nos bastidores do programa). Mendes é o âncora, Blinder é o especialista em Relações Internacionais, e Mainardi é o encarregado de discordar de todos e de lembrar que o Brasil é um lixo.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Luxo no lixo
Ir no shopping e voltar para casa cheia de sacolas é como pegar essas mesmas sacolas, as encher de cacarecos (vendo aquela prateleira, antes abarrotada, agora no mais completo vazio) e as colocar à disposição dos lixeiros.
Deve dizer em muitos livros de auto-ajuda: jogar fora limpa a alma. Bom, ou pelo menos limpa a casa. Na verdade, não precisa nem ser um processo radical. Um dia desses faxinei as comunidades do meu orkut. Tirei todas aquelas que não eram para mim indispensáveis. Não era pelo espaço, claro. E, sim, pela sensação. A sensação de fazer espaço.
Sempre tive uma certa inveja de gente que vive de mudança. Ok, dá trabalho empacotar uma casa, e os móveis nunca chegam intactos ao destino final. Mas ainda assim... você é obrigado a rever peça por peça que foi adquirida durante a sua vida e traçar os seus destinos: love it or leave it.
Em pelo menos 80% dos filmes que apresentam uma avó no elenco (porcentagem totalmente livre), há uma caixa de recordações. A senhora arrasta os pés cansados até a cômoda do quarto, abre a primeira gaveta e tira, com as duas mãos, uma pequena caixa de madeira. Tira a poeira da tampa com uma das mãos e abre. Ali tem a foto de seus pais ainda jovens, alguma jóia de família e quem sabe algum brinquedinho de infância.
Nossa.... eu achava aquilo o mááááximo. TODA uma vida naquele espacinho?! Aí quis fazer igual. E desde então eu tenho a minha caixa de recordações. Ela começou numa caixa de sapatos. Aumentos junto com o pé e hoje é a caixa de uma bota. E olha que lá tem praticamente só papel. As fotos dos meus pais ocupam boa parte de um armário da sala, e os brinquedos... putz! um armário inteiro do meu sótão (e eles são sempre alvo de faxinas! eu juro!)!
Me sinto um pouco como um computador, com uma 'memória' limitada. Que para viver mais, saber mais, tenho que me livrar de outro tanto. É com uma grande satisfação que lembro que vou estudar em Buenos Aires em agosto( obaaaaaa!). Juntarei todos meus pertences dentro de uma mala. Ok, dentro de uma graaaaande mala.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Yorks
Eu tinha 11 anos quando encostei meus pés já número 37 em terras britânicas. Minha mãe, que na época fazia um curso de inglês em Leeds (a terceira maior cidade do Reino Unido, perdendo para Londres e para Manchester), foi até uma cidadezinha ali perto junto com a sua turma para fazer um trabalho de aula. Como uma boa parcela da classe era árabe e estava em pleno Ramadã, sobraram muitas vagas no ônibus (pelas leis do Islã, não se pode se afastar 40 km da sua mesquita durante o período de jejum). Enfim, meu pai e eu fomos convidados a participar do passeio.
Fomos parar em York. Uma cidade de 120 mil habitantes que você leva no máááximo um dia para a conhecer de cima a baixo. Entre as GRAAANDES atrações dessa 'metrópole', estava uma miniatura de diabo medieval que marca a rua Stonegate, esta construída sobre uma estrada romana. Outro ponto interessantííímo (entre tantoooos, claro): a menor rua de York tem o nome mais longo de todos e se originou na época dos saxões: 'Whip Ma Whop Ma Gate' significa 'Nem uma coisa nem outra'. Intrigante.
Pisando na Grande Maçã é praticamente impossível acreditar que alguém lembrou de York para a nomear. Claro... isto foi em 1664, numa época em que se resumia à área que hoje se chama Lower Manhattan (a pontinha sul de Manhattan). Mas ainda assim é estranho pensar que aquela megalópole não nasceu assim: cheia de chineses, latinos (os tais mexicanos) e Starbucks por todos os lados.
(Para ver a vitrine da Macy's decorada para o Natal, para conhecer os meus pais e/ou para testemunhar um rápido conflito familiar, assista ao vídeo abaixo:)
ps: texto antiiiigo.. e menor do que o imaginado... mas já estava na hora de tirá-lo dos rascunhos...