quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Dicas & Sobrevivência em Buenos Aires

Depois de 9 semanas, minhas impressões:

- Olhe para cima: a capital argentina tem uma arquitetura incrível. Não perca cúpulas, torres, relógios e esculturas por estar olhando para a frente. Levante a cabeça! E já aproveite para dar uma de nativo com o seu nariz agora empinado.

-Olhe para baixo: Não sei se em Porto Alegre há menos cachorros ou se o pessoal lá é realmente mais solidário com o sapato alheio, mas a quantidade de cocô nas ruas por aqui é grande. Preste atenção nas calçadas para não acabar na merda.

-Olhe para os lados: Faixa de segurança são apenas listras brancas que decoram o asfalto. Não espere que os carros parem para você. Nem mesmo se o semáforo estiver vermelho e você ver aquele famoso homenzinho verde iluminado. Nem mesmo se você ver um louco atravessando a rua entre carros e caminhões. Demora um tempinho para pegar o timing do trânsito portenho. Só vá quando a possibilidade de ser atropelado for NULA.

-Cuidado com os brasileiros: Se você ver por aí um cara vestido a caráter de brasileiro, preste atenção se ele realmente é seu conterrâneo. Por aqui, abrigo verde e amarelo é o uniforme dos garis (Coincidência? I don't think so...)

-Para os encontrar: Se você ficou muito triste com o item anterior e quer comentar essa filhadaputice argentina com alguém, vá à Calle Florida. Está cheinha de brasileiros... alguém se compadecerá do seu causo. Outros lugares cheinhos de carnaval&samba&língua portuguesa são: Plaza de Mayo, Caminito (esse também repleto de gringos), Feria de San Telmo e Feria de la Recoleta (ambas nos domingos).

-Sobre a Plaza de Mayo: Olhe para cima (item 1), mas com moderação. Apesar da arquitetura interessante e blablabla, as pombas dominam o lugar. Você não só pode levar um cocô de pomba na cara como poderá fazer isso enquanto encontra um ex-colega do colégio, um ex-namorado ou qualquer outro brasileiro que você conheça. .

-Vá a pé: Não dê uma de brasileiro que precisa de carro para sobreviver e caminhe. Caminhe, caminhe, caminhe. O subte (metrô) é uma boa pedida se o local for muuuuito longe. Existem várias linhas, que se interligam. Se você tiver sorte/azar, ainda poderá comprar lenços de papel, canetinhas, lanternas e canetinhas-lanternas no caminho. O mercado informal está invadindo as vias subterrâneas da cidade.

- Uma atração à parte: Ir de metrô é fácil, mas você não verá Buenos Aires. Para se locomover e ao mesmo tempo fazer um tour, pegue os colectivos. Eles existem em grande quantidade e para todos os lados. Compre um livrinho chamado Guía T, que custa uns 3 reais, e assim você poderá ir a qualquer lugar. Preste atenção na parte da frente do ônibus, onde fica o motorista. Os colectiveros decoram os 'seus' espaços: espelhos em formato de coração, frases de amor, pendurucalhos, foto dos Três Patetas. É, no mínimo, engraçado.

-Elas valem ouro: Por razões desconhecidas (cada um tem a sua versão da história), há uma crise de moedas na Argentina. Elas são artigo raro por aqui e, para complicar, são fundamentais para andar de ônibus (você não pode pagar com notas, já que se bota a grana numa maquininha). Economize todas que você puder. E, caso lhe sobre alguma antes de voltar pro Brasil, give me a call. Eu preciso de moedas.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

la razón

Eu pensava que essa viagem resultaria em infinitos textos. E provavelmente você, leitor (caso alguém ainda passe por aqui depois dos meus dois meses blogamente sabáticos), também. Bom, francamente, a verdade é que sim. A verdade é que esse tempinho em Buenos Aires gerou muitas idéias e algumas frases no bloquinho.
Mas a questão é que (e isso só meu dei conta aqui e não acho que seja possível perceber-lo sem provar uma experiência dessas) quando se passa por algo tão maravilhosamente novo e tão absurdamente enriquecedor, a necessidade de transmitir isso aos outros se perde. Ou pelo menos para mim se perdeu.
De certa forma, eu escrevi muitos textos. Frases desordenadas que ocuparam meu cérebro como pensamentos sem fim. Só que eles não viraram letras numa folha nem código binário na tela do meu computador. Esse intercâmbio é um longo e complexo texto para mim. De mim, para mim.