terça-feira, 10 de junho de 2008

Caminhando na prancha

liza diz:
miguel!
liza diz:
sexta tu vai tá na puc de tarde?
liza diz:
eu tenho uns livros da aline q eu quero devolver antes de ir embora.


embora.

eu vou embora.

EMBORA.

em-bo-ra.

E-M-B-O-R-A.

embora!!


putaquipariu. eu vou embora. embora de porto alegre. embora da famecos. embora das aulas de francês. e das de ginástica. e das sessões de terapia. eu vou embora da possibilidade de encontrar os meus amigos todos os dias do ano. de morar com os meus pais (o que pode parecer bom, mas na prática dá um medinho. aliás, um medão).


eu nunca me joguei voluntariamente em alto-mar assim. passei uns dias sozinha num congresso no interior do estado, duas semanas no Uruguai na casa de amigos da família. mas eu sempre tinha uma boínha, um colete salva-vidas, um apito à la Kate do Titanic. na verdade, esse oceano de possibilidades era (aliás, ainda é) o instigante nessa história toda.

porém, quando você se depara com o fato de ir por livre e espontânea vontade ao encontro dos tubarões, um frio na barriga lhe pega de supresa. ou pelo menos me pegou de supresa. Porque eu sempre (sempre meaning desde os meus 11 anos) quis viajar, estudar fora, conhecer gente dos quatro cantos do planeta; logo, ir embora (e a maledeta aparece de novo) seria natural. faria parte da minha 'evolução' como pessoa e seria sufucientemente bom para fazer do meu presente algo descartável. eu substituiria o presente por um futuro enriquecedor.


'essa viagem mudou a minha vida', era o que dizia no power point projetado no primeiro encontro dos intercambistas da pucrs. po, mudou? tipo, totalmente? mas e se eu gosto da minha vida do jeito que ela é?

ok que a vida é feita de vicissitudes. mas grandes mudanças são bastante assustadoras. a outra grande revira-volta que presenciei nesses 19 anos foi justamente quando me dei conta da existência dessas transformações. quando percebi que nada era para sempre e que tudo (e todos) mudam. foi um choque. me supreendeu de tal forma que por uns dois meses (que pareceram décadas) fui tomada por uma ausência de felicidade. e então, do pior momento da minha existência, surgiu o melhor. eu construí o período que eu vivo hoje. e é desse que eu não queria ir embora.


esse embora me persegue.

13 comentários:

Anônimo disse...

Grandes mudanças dão medo...muito medo, mas também são o início de algo novo que transformam. Fico pensando que esta viagem mudará tua vida para sempre. Conte conosco incondicionalmente. Te amamos muito. Eu também estou com um frio na barriga...

Luana Duarte Fuentefria disse...

caaaalma.
ainda faltam 40 dias...

e tu me terás como boinha de braço.

agora cabe a ti saber se confiar nessa boinha é seguro ou não.

:p

Samir Oliveira disse...

eu não deixaria tu te lançar aos tubarões argentinos se não soubesse que tu és (e muito!) capaz de se dar incrivelmente bem por aqueles bons ares. liza, tu podes até ir embora, mas para mim tu sempre vais permanecer em algum lugar entre as risadas, os deboches, os trocadilhos e os momentos de imensa alegria e felicidade que a minha vida ganhou desde que eu te conheci.

agora chega de rasgaçà de seda e boa viagem, chica! =P

Thiago Floriano disse...

calma, calma!!! não se desespere. Você não está indo embora... é só uma voltinha. Quando menos esperar tá de volta. E seus amigos continuarão por aqui... boa viagem... aproveita muito por lá!!! beijos

Carol disse...

Heyy!
quando tu vai???

Liza Mello disse...

provavelmente 20 de julho! :o

Anônimo disse...

poxa liza, UM ano! mas manteremos contato...

e vê se pára com as DESCULPINHAS e vai nos encontros da turma! depois te arrependerás...

Gislaine Marques disse...

Eu nem sei se vou mesmo embora e já tô com friozão na barriga. rsrsrs Normal. É muito mais confortável lidar com o que conhecemos do que com o desconhecido. Mas acho que o mais importante é seguir a intuição. Se sentes que vai te fazer bem ir pra B.A., vai. Eu estou com muito medo de largar a vida que tenho aqui tbm, mas algo me diz que minha felicidade está além mar. Então, se me aceitarem, é pra lá que eu vou. Nem que seja de fraldas, mas vou. ahahahaha

Lore Rodrigues disse...

Oi Liza.
Mudanças sempre são boa, se não por um lado, mas sempre por outros. Encare isso como um enriqueçimento cultural, uma nova aventura, tipo: uma frase que me move é sempre essa: "É melhor viver 10 anos de uma vida efervescente do que morrer aos 70 e ter passado a vida assistindo TV." (Janis Joplin). Então, vá de cabeça, faça tudo para ser Feliz e conte sempre com seus amigos Blogueiros.


Ah, outro motivo para passar aqui no "Penso, Logo escrevo" hoje é pra te dizer que coloquei seu link lá no meu blog, se num gostar é só me dizer q eu tiro, certo??
Aproveita e Dá uma passadinha lá: http://blogprimeirapagina.blogspot.com/

Bjão, Lore

Vanessa Pinho disse...

"...e então, do pior momento da minha existência, surgiu o melhor. eu construí o período que eu vivo hoje. e é desse que eu não queria ir embora."

Adorei teu texto, e em especial essa parte.

A vida é mesno cheia de mudanças, cheia de altos e baixos.
E nós temos que aprender a lidar com essa montanha russa.

Como você disse "nada dura pra sempre"
E essa certeza eu já tive.
E aprendi a não discutir mais com a vida, querendo sempre adiar que acabe o que já está acabado...
Porque estamos aqui pra isso mesmo...
Pra cair, levantar e cair de novo.

Beijão.
Adorei teu blog.

Anônimo disse...

Mal chegaste em B.A. e queremos textooooosss!!!!! saudade. Passamos o dia murchos na frente da TV.

Anônimo disse...

agora tem q atualizar com as novidades argentinas!
beijos!

Anônimo disse...

eh, bem vinda a vida adulta... isso eh so o comeco... mas tens muito talento e realizaras voos bem mais altos...
sucesso garota!