sexta-feira, 8 de junho de 2007

Tributo a Gilnei Marques



Quero ser jornalista desde os meus 13 anos de idade. Quem me inspirou a tomar essa decisão foi meu tio, Gilnei Quintana Marques. Um grande tio, um grande cara, um grande blogueiro (http://www.tropicodecancer.blogger.com.br/), um grande jornalista. Tudo isso com uma grande personalidade, até o último dia de sua vida.

Hoje seria seu quadragésimo primeiro aniversário. Então, faço um pequeno tributo com um dos textos mais bem escritos que eu li ultimamente. É sobre o meu tio. Talvez precise conhecer um pouco o meu tio para que se entenda plenamente as boas idéias do autor. Sim, eu não tenho uma visão imparcial para dizer se ele é realmente bom... então conclua você se ela é uma boa crônica. Ah, sim: o texto é de Jaime Wagner, colunista do Baguete Diário (www.baguete.com.br), publicado no dia 22 de maio de 2007.


Gilnei de novo
Várias vezes, tenho tido o impulso de pegar o telefone e falar com o Gilnei. Mais do que saudade, é necessidade. O texto abaixo é do primeiro semestre de 2005. Na época, escrevi-o meio que a título de provocação. Publico-o agora como um tributo à memória do meu amigo e como uma necessidade de falar com ele, ou sobre ele, ou sobre ele em mim ou eu nele.


Gilnei. Do verbo gilnar: gilnei, mas desculpe, foi sem querer. Quando vi, já tinha gilnado. Quer dizer... Foi meio sem querer, “sem querer querendo”, a la Chavez. Mas por que é que eu estou me desculpando? Gilnei sim, porque não haveria de gilnar? Gilnarei quando quiser e enquanto puder. E vocês que me engulam. Ou me cuspam. Como quiserem e lhes aprouver.


Tá bem... Gilnei de novo, eu sei. Mas isso é a essência de gilnar. Não é para qualquer um. Há que ter coração e estômago. E dois culhões. E um bilhão de neurônios, assim: por baixo. E a maior parte deles termina lá. – no coração, no estômago e nos culhões. Ou talvez, comece lá. Sou duro sim, às vezes, mas o que é que tem? Se não gostou, por que continua aí lendo?


Desculpe, já ia gilnando de novo. É a veemência de um ser polêmico por natureza. Por isso fiz jornalismo. Não para ser assessor de imprensa; sou assessor de opinião. Aliás, ditador de opinião: eu digo qual é a opinião que tu deves ter. E ainda te contradigo. E se quiseres discordar de qualquer um dos lados, já terás a tréplica.


Viu: gilnei de novo. Gilnar é assim. Gilna-se em ondas, como o mar. Às vezes, mansamente se derramando na praia, outras furiosamente se debatendo contra as pedras. Mas sempre líquido: envolvente e profundo.




Um comentário:

Anônimo disse...

O texto é muito bom. Quem teve o privilegio de conhecer o Gilnei sabe o quanto o autor acertou na mosca.