liza diz:
miguel!
liza diz:
sexta tu vai tá na puc de tarde?
liza diz:
eu tenho uns livros da aline q eu quero devolver antes de ir embora.
embora.
eu vou embora.
EMBORA.
em-bo-ra.
E-M-B-O-R-A.
embora!!
putaquipariu. eu vou embora. embora de porto alegre. embora da famecos. embora das aulas de francês. e das de ginástica. e das sessões de terapia. eu vou embora da possibilidade de encontrar os meus amigos todos os dias do ano. de morar com os meus pais (o que pode parecer bom, mas na prática dá um medinho. aliás, um medão).
eu nunca me joguei voluntariamente em alto-mar assim. passei uns dias sozinha num congresso no interior do estado, duas semanas no Uruguai na casa de amigos da família. mas eu sempre tinha uma boínha, um colete salva-vidas, um apito à la Kate do Titanic. na verdade, esse oceano de possibilidades era (aliás, ainda é) o instigante nessa história toda.
porém, quando você se depara com o fato de ir por livre e espontânea vontade ao encontro dos tubarões, um frio na barriga lhe pega de supresa. ou pelo menos me pegou de supresa. Porque eu sempre (sempre meaning desde os meus 11 anos) quis viajar, estudar fora, conhecer gente dos quatro cantos do planeta; logo, ir embora (e a maledeta aparece de novo) seria natural. faria parte da minha 'evolução' como pessoa e seria sufucientemente bom para fazer do meu presente algo descartável. eu substituiria o presente por um futuro enriquecedor.
'essa viagem mudou a minha vida', era o que dizia no power point projetado no primeiro encontro dos intercambistas da pucrs. po, mudou? tipo, totalmente? mas e se eu gosto da minha vida do jeito que ela é?
ok que a vida é feita de vicissitudes. mas grandes mudanças são bastante assustadoras. a outra grande revira-volta que presenciei nesses 19 anos foi justamente quando me dei conta da existência dessas transformações. quando percebi que nada era para sempre e que tudo (e todos) mudam. foi um choque. me supreendeu de tal forma que por uns dois meses (que pareceram décadas) fui tomada por uma ausência de felicidade. e então, do pior momento da minha existência, surgiu o melhor. eu construí o período que eu vivo hoje. e é desse que eu não queria ir embora.
esse embora me persegue.
miguel!
liza diz:
sexta tu vai tá na puc de tarde?
liza diz:
eu tenho uns livros da aline q eu quero devolver antes de ir embora.
embora.
eu vou embora.
EMBORA.
em-bo-ra.
E-M-B-O-R-A.
embora!!
putaquipariu. eu vou embora. embora de porto alegre. embora da famecos. embora das aulas de francês. e das de ginástica. e das sessões de terapia. eu vou embora da possibilidade de encontrar os meus amigos todos os dias do ano. de morar com os meus pais (o que pode parecer bom, mas na prática dá um medinho. aliás, um medão).
eu nunca me joguei voluntariamente em alto-mar assim. passei uns dias sozinha num congresso no interior do estado, duas semanas no Uruguai na casa de amigos da família. mas eu sempre tinha uma boínha, um colete salva-vidas, um apito à la Kate do Titanic. na verdade, esse oceano de possibilidades era (aliás, ainda é) o instigante nessa história toda.
porém, quando você se depara com o fato de ir por livre e espontânea vontade ao encontro dos tubarões, um frio na barriga lhe pega de supresa. ou pelo menos me pegou de supresa. Porque eu sempre (sempre meaning desde os meus 11 anos) quis viajar, estudar fora, conhecer gente dos quatro cantos do planeta; logo, ir embora (e a maledeta aparece de novo) seria natural. faria parte da minha 'evolução' como pessoa e seria sufucientemente bom para fazer do meu presente algo descartável. eu substituiria o presente por um futuro enriquecedor.
'essa viagem mudou a minha vida', era o que dizia no power point projetado no primeiro encontro dos intercambistas da pucrs. po, mudou? tipo, totalmente? mas e se eu gosto da minha vida do jeito que ela é?
ok que a vida é feita de vicissitudes. mas grandes mudanças são bastante assustadoras. a outra grande revira-volta que presenciei nesses 19 anos foi justamente quando me dei conta da existência dessas transformações. quando percebi que nada era para sempre e que tudo (e todos) mudam. foi um choque. me supreendeu de tal forma que por uns dois meses (que pareceram décadas) fui tomada por uma ausência de felicidade. e então, do pior momento da minha existência, surgiu o melhor. eu construí o período que eu vivo hoje. e é desse que eu não queria ir embora.
esse embora me persegue.