Foi casca, polpa, caroço e tudo mais q pude encontrar no Umbigo do mundo!
depois conto tudo!
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
sábado, 8 de dezembro de 2007
Fronteiras do pensamento, da paciência e da beleza
Tirei a roupa de ginática e botei o que estava vestindo antes. Corri para a Reitoria. Aliás, corri para pegar o ônibus para ir à Reitoria. A academia ainda não fez milagre no meu condicionamento físico.
Quando cheguei lá, me meti na primeira fila absurdamente grande para arranjar a pulseirinha VIP que o meu professor havia me prometido.
Oi. Tu é a Michele? Eu sou aluna do Hohlfeldt. (estendendo o pulso)
Esta era a senha to the doors of perception (como diria Jim Morrison). As portas para entender o que o escritor (e tantas outras atividades mais) Michel Houellebecq pensa, teoriza e bota no papel. Quando eu já avistava as lindas moças do outro lado do balcão, uma delas veio em nossa direção (nós meaning simples terrestres que não têm a pele perfeita ou o cabelo Seda Brilho Gloss - o comercial com a frase 'Ou você tem brilho ou não tem nada' ecoou pelo meu cérebro).
-Todo mundo que está nessa fila está querendo comprar o passaporte para o ano que vêm, né?!
Não. Eu só quero aproveitar todas as regalias de bolsista da PUC e de aluna do professor Hohlfeldt. Eu não quero pagar 550 reais, mesmo que eu possa parcelar em INCRÍVEIS DUAS vezes. Saí humildemente do meu lugar e fui falar com a moça.
Ela não sabia aonde eu tinha que ir. 'Essa fila é para os alunos que querem comprar o passaporte." Ok, isso eu já entendi. Falei com alguém do balcão, que me apontou a Michele. A Michele era a chefona. Tão chefona que nem a sua voz de taquara rachada nem o seu sorriso branco e largo a impedia de ser contaminda pelo estresse.
Ela me disse alguma coisa sobre 19 e trinta, 20 e trinta, lançamento do Fronteiras 2008, palestra. E A MINHA PULSEIRINHA?! ela já tinha voltado ao mar de pessoas empiriquitadas que tinham coragem de se mostrar indignados pela falta de informação. Coisa que eu não tinha.
Esperei perto de um pilar a Michele passar de novo por mim. Mas ela era agarrada por unhas bem feitas e puxada por mãos de anéis enormes. Todas já impacientes. Enquanto isso, aproveitei pra ver o trabalho das moças de-pele-perfeita-e-cabelo-Seda-Brilho-Gloss. As loiras do balcão avisavam as pessoas que elas precisavam entrar na fila grande, para depois voltarem ali. A Michele gritava (lembre-se: com sua voz de taquara rachada) que não era necessário entrar na tal fila. E o movimento bate-e-volta de 'fila-balcão livre-fila' continuava. Também havia umas outras loiras e uma morena que tinham que estar amenizando o caos, tirando dúvidas sobre pagamentos e prazos. Mas elas não sabiam as respostas. Então ficavam atrás da chefona perguntando o que elas já deveriam saber.
Quando consegui abordar a Michele de novo, ela repetiu furiosa (lembre-se: com a voz de taquara rachada): às 19 e trinta vai ter o lançamento do Fronteiras do Pensamente 2008! Às 20 e trinta começa a palestra!
Quando cheguei lá, me meti na primeira fila absurdamente grande para arranjar a pulseirinha VIP que o meu professor havia me prometido.
Oi. Tu é a Michele? Eu sou aluna do Hohlfeldt. (estendendo o pulso)
Esta era a senha to the doors of perception (como diria Jim Morrison). As portas para entender o que o escritor (e tantas outras atividades mais) Michel Houellebecq pensa, teoriza e bota no papel. Quando eu já avistava as lindas moças do outro lado do balcão, uma delas veio em nossa direção (nós meaning simples terrestres que não têm a pele perfeita ou o cabelo Seda Brilho Gloss - o comercial com a frase 'Ou você tem brilho ou não tem nada' ecoou pelo meu cérebro).
-Todo mundo que está nessa fila está querendo comprar o passaporte para o ano que vêm, né?!
Não. Eu só quero aproveitar todas as regalias de bolsista da PUC e de aluna do professor Hohlfeldt. Eu não quero pagar 550 reais, mesmo que eu possa parcelar em INCRÍVEIS DUAS vezes. Saí humildemente do meu lugar e fui falar com a moça.
Ela não sabia aonde eu tinha que ir. 'Essa fila é para os alunos que querem comprar o passaporte." Ok, isso eu já entendi. Falei com alguém do balcão, que me apontou a Michele. A Michele era a chefona. Tão chefona que nem a sua voz de taquara rachada nem o seu sorriso branco e largo a impedia de ser contaminda pelo estresse.
Ela me disse alguma coisa sobre 19 e trinta, 20 e trinta, lançamento do Fronteiras 2008, palestra. E A MINHA PULSEIRINHA?! ela já tinha voltado ao mar de pessoas empiriquitadas que tinham coragem de se mostrar indignados pela falta de informação. Coisa que eu não tinha.
Esperei perto de um pilar a Michele passar de novo por mim. Mas ela era agarrada por unhas bem feitas e puxada por mãos de anéis enormes. Todas já impacientes. Enquanto isso, aproveitei pra ver o trabalho das moças de-pele-perfeita-e-cabelo-Seda-Brilho-Gloss. As loiras do balcão avisavam as pessoas que elas precisavam entrar na fila grande, para depois voltarem ali. A Michele gritava (lembre-se: com sua voz de taquara rachada) que não era necessário entrar na tal fila. E o movimento bate-e-volta de 'fila-balcão livre-fila' continuava. Também havia umas outras loiras e uma morena que tinham que estar amenizando o caos, tirando dúvidas sobre pagamentos e prazos. Mas elas não sabiam as respostas. Então ficavam atrás da chefona perguntando o que elas já deveriam saber.
Quando consegui abordar a Michele de novo, ela repetiu furiosa (lembre-se: com a voz de taquara rachada): às 19 e trinta vai ter o lançamento do Fronteiras do Pensamente 2008! Às 20 e trinta começa a palestra!
E A MINHA PULSEIRINHA?!
Voz de taquara rachada: Tu pega às oito e meia!
Ahhhh tá. Perguntei pra uma outra loira de-pele-perfeita-e-cabelo-Seda-Brlho-Gloss se os mortais também poderiam ir no lançamento. O seu sorriso branco disse que sim. Quando eu cheguei no salão, vi que nem o efeito (de) estufa daquele lugar (calor insuportááááável) amainava o momento Eu Tenho Grana e Sou Culto da nata porto-alegrense. Vestidos, colares, ternos(!) estavam lá, lado a lado com a minha mochila azul (rasgada na alça e perto do fecho). Depois de 'o que eu estou fazendo aqui?' passar pela minha cabeça, vi uma mão acenando na minha direção. Era um amigo, o Gustavo. De calça jeans, tênis e camiseta, para minha sorte.
Ahhhh tá. Perguntei pra uma outra loira de-pele-perfeita-e-cabelo-Seda-Brlho-Gloss se os mortais também poderiam ir no lançamento. O seu sorriso branco disse que sim. Quando eu cheguei no salão, vi que nem o efeito (de) estufa daquele lugar (calor insuportááááável) amainava o momento Eu Tenho Grana e Sou Culto da nata porto-alegrense. Vestidos, colares, ternos(!) estavam lá, lado a lado com a minha mochila azul (rasgada na alça e perto do fecho). Depois de 'o que eu estou fazendo aqui?' passar pela minha cabeça, vi uma mão acenando na minha direção. Era um amigo, o Gustavo. De calça jeans, tênis e camiseta, para minha sorte.
Ficamos nós dois num canto. Olhando para o teto de vez em quando para descobrir de onde poderia sair um jato frio de ar-condicionado. Enquanto isso, garçons musculosos passavam na nossa frente. O nível daquele ambiente era à la damasco com ameixa seca. Também tinha champagne. E vinho. E amêndoas e amendoins em saquinhos. Num certo momento, apareceu uma bandeija com castanhas de caju. Na outra mão do homem, havia várias casquinhas de sorvete. E CADÊ O SORVETE?! Mas isso quem disse foi o Gustavo. Pelo menos eu não era a única a pensar isso. Mais tarde ainda vimos morangos mergulhados no gelo. A vontade de deixar o morango e pegar o gelo era grande.
Não sei se foi antes ou depois do vídeo com a apresentação dos novos conferencistas. Só lembro de algumas pessoas caminharem ao lado de Michel Houellebecq. Com um cabelo meio desgrenhado, uma camisa amarelo-ovo, um blazer bege e uma calça aparentemente cargo, ele assassinava a moda. Mas era a estrela. A princípio, o motivo para todos estarem ali. Porém ninguém deu muita bola para a sua presença. Ou eles estão muito acostumados a celebridades, ou raríssimos sabiam quem era Michel Houellebecq.
Tô mais pra segunda opção.
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