sexta-feira, 21 de março de 2008

Agora sou sopeira



Meses atrás, um estudante de jornalismo da minha universidade teve a ótima idéia de agrupar os tantos blogs de estudantes da faculdade num site. Era um monte de gente escrevendo e comentando nos blogs dos outros, mas não existia nada que juntasse todos.

No dia 3 de março, Thales Barreto lançava o Sopa de Letras! E desde hoje eu faço parte dele. Espero adicionar ainda mais tempero nessa proposta muito boa!


Confira lá os outros blogueiros!

Manhattan virou mocinha


O que você fazia em março de 1993? Se nós temos a mesma idade, você provavelmente deixava a acolhedora creche e iniciava a longa jornada escolar, o desconhecido Jardim A. Mal sabia eu, nos meus insignificantes cinco anos de idade, que nascia naquele mês o programa que hoje me deixa acordada nas noites de domingo.



A internet ainda estava no útero, e Caio Blinder ainda tinha uma digna cabeleira quando Lucas Mendes teve a audaciosa idéia de desenvolver um programa de TV feito em Nova York sobre Nova York. Um programa que seria transmitido para nós, brasileiros desafortunados que não respiram o ar da Grande Maçã. Faria uma ligação, seria uma conexão com NY, com Manhattan. E ali brotou o Manhattan Connection.




Inicialmente era elaborado por Lucas Mendes, Caio Blinder, Paulo Francis e Nelson Motta. Francis sofreu um infarto em 96 e partiu dessa para melhor (quer dizer, melhor que NY? Só acredito vendo...), porém Mendes e Blinder ainda compartilham a bancada (aliás, bancada que, junto do cenário, já mudou várias vezes). A cadeira com o possível bordado 'Personalidade Cáustica Que Joga Merda no Ventilador', antes do Francis, já foi ocupada por Arnaldo Jabor e agora senta Diogo Mainardi (o rei da discórdia faz o programa nova-iorquino do Rio de Janeiro, é claro).




Hoje, o mundo financeiro vem pela voz de Ricardo Amorim, e a cultura da ainda capital do planeta é exposta por Lúcia Guimarães (presente desde 93 nos bastidores do programa). Mendes é o âncora, Blinder é o especialista em Relações Internacionais, e Mainardi é o encarregado de discordar de todos e de lembrar que o Brasil é um lixo.




Neste mês, o Manhattan Connection assopra as velas e vira mocinha ao comemorar o décimo-quinto ano de programa. Se a festa de 15 anos é um rito de passagem para entrar na sociedade, Manhattan Connection pode dispensar o bolo vivo e o vestido de princesa. O mais antigo programa por assinatura do Brasil não tem nada de debutante. É maduro e culto. Mas também é humorístico e um tanto anárquico, mas isso é porque é feito por nova-iorquinos ainda brasileiros. O seu segredo é fazer de nós, habitantes do Terceiro Mundo, um pouco nativos da Big Apple. Você fica sabendo da estréia de uma ótima peça da Broadway ou de um artista em ascensão (o fato de você não estar lá para conferir é mero detalhe).




Ao ligar a TV no 41 da Net, às 23h de domingo, você verá naquele estúdio vermelho e azul uma ligeira bagunça: é gente falando junto e enchendo o saco do colega do lado. E é por isso que dizem por aí que o Manhattan Connection é uma espécie de 'Saia Justa (outro programa do canal) para homens'... já que machos discutem Política e Economia, enquanto que as fêmeas só conversam sobre cabelo e manicure. ÃH? Pois é... tem opinião para tudo.



O certo é que o Manhattan Connection é um programa para quem quer estar bem informado, feito por jornalistas competentes. O que também é certo, mas não parece, é o fato de ele ser produzido por voluntários (sim, acredite!), num estúdio cedido pela Reuters. Aliás, a Lúcia Guimarães tem que responder vários e-mails de jovens jornalistas pedindo uma vaguinha nos bastidores da Conexão... e decepcioná-los ao confessar que o programa é feito no amor pela camiseta, por brasileiros residentes na cidade (obs.: antes de me formar ainda terei que adquirir essa cara-de-pauzice jornalística de pedir emprego...).



Confira aí abaixo parte de um programa. Neste, Diogo Mainardi cita a minha universidade, a PUCRS.